Se
eu perguntasse para você para que serve a matemática, a física, a engenharia, provavelmente
você arriscaria uma resposta. Mas... se eu perguntasse qual a utilidade da
História, o que você responderia? Infelizmente, não tenho acesso à sua
resposta, à sua opinião, então, só me resta dizer o que penso sobre esse
assunto.
Acredito
que a História tem a capacidade de nos demonstrar que o “presente”, que temos e
que vivemos, é o produto, é o resultado de pensamentos alimentados, de decisões
tomadas e de ações praticadas por seres humanos como você e eu, em algum
momento do “passado”.
Portanto, se você acha, como
eu, que há alguma coisa errada com “presente” e que é preciso dar uma outra
feição (mais humana) ao “futuro”, então, devemos unir esforços para
construirmos agora, no “presente”, um “futuro” melhor, caso queiramos deixar
para a posteridade uma herança diferente da que recebemos de nossos antepassados.
Posso dizer, para ilustrar
o que penso, que vejo a Humanidade como uma motocicleta e a História como seus
retrovisores.
Comparo a Humanidade à
motocicleta porque ambas precisam estar equilibradas e ser conduzidas com
atenção e cautela, basta um vacilo que a queda é certa, lembrando que toda
queda produz um trauma físico ou psicológico. Se tratando de Humanidade, essa
queda pode ser uma Guerra ou um Holocausto.
A História comparo aos
retrovisores, pois temos o hábito de considerar que o que ficou para trás é
passado, uma vez que o retrovisor é essa ferramenta, essa lente que capta e
“traduz” esse passado – assim como a História – e o coloca diante de nossos
olhos para que possamos nos conduzir com segurança e sabedoria, quer seja para
a direita, para frente, para esquerda ou para trás.
Essas direções, é
importante ressaltar, representam apenas as possíveis e diferente alternativas
de decisões que foram, são e serão apresentadas aos condutores da Humanidade,
ou seja, nós, seres humanos, durante nosso percurso.
Tendo em mente as figuras
apresentadas (Humanidade-Moto; História-Retrovisor), acredito que durante nossa
trajetória há “objetos/eventos” que ultrapassamos e também “objetos/eventos”
que nos ultrapassam.
Além disso, acredito que a
História nos capacita a perceber e entender que é mais fácil derrubar um muro
(de Berlim) ou pôr a baixo um prédio (WTC) do que “arranhar”, modificar uma
mentalidade sedimentada e forjada por uma determinada coletividade, durante
séculos.
Em outras palavras, a
História nos mostra que para se dissolver uma mentalidade é preciso muito mais
que um século, prova disso são os resquícios que vemos ainda hoje – como os
preconceitos raciais – de uma mentalidade produzida e longamente alimentada sobre
as bases de uma sociedade escravista. Embora as mentalidades sejam duradouras,
isso não significa que sejam eternas, consequentemente, podem ser
transformadas.
Todavia, não podemos
negligenciar, no que diz respeito à História, a seguinte advertência impressa
em alguns retrovisores: “Cuidado! Os objetos refletidos no espelho estão mais
próximos do que parecem” [OBJECTS IN MIRROR ARE CLOSER THAN THEY APPEAR].
Portanto, assim como toda
lente, a História pode ajudar a focalizar um determinado “objeto” ou pode distorcê-lo,
isso vai depender da maneira como ela foi construída, produzida. Pois como diz,
com razão, uma música do Barão Vermelho: “a lente não mente, mente quem está
detrás da lente”.
Ah!... No mais, a História
também serve para nos entreter e distrair...
Obrigado por chegar até
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