Voz.
A sua penetra doce,
suavemente,
pelos meus ouvidos
até alcançar minha mente,
provocando uma reação
incontrolável, incoercível, incomparável,
que me transforma
talvez num lobo
ou num vulcão.
Coração disparado,
meus sentidos aguçados
e todos os pelos eriçados.
Pupila, pele, ouvido, narina.
Sinto seu cheiro
doce menina,
ardente mulher
de você me aproximo
bem lentamente
como uma naja
ou outra serpente
toco seu rosto,
aperto sua mão.
Imagino o gosto
que tem o seu beijo
minha boca se enche d’água
pra matar a sua sede.
Sinto os meus lábios
incandescentes,
quero sua língua
entre os meus dentes.
Respiração descontrolada.
Minhas mãos, seus cabelos
emaranhados em meus dedos.
Seus olhos brilhantes,
seu coração palpitante
me roubam a razão
quase me levam à eclosão.
Beijos e olhares.
Intensos desejos.
Tenso e rígido,
pedra eu sou!
Minhas mãos
em exploração
descobrem montes e depressão
tudo obra da Criação.
Temperatura
sempre a subir
e o que não é carne
eu vejo sumir.
Febre, desejo, saliva, pele.
Em pele.
Tremor, suor, ardor
Em pêlo.
Desejo à flor da pele.
Desejo que impele.
Pêlos em pé,
lança em riste,
seus seio como meus pêlos.
Pêlos, seios, pele, saliva.
Sua carne, minha língua.
Braço, abraço, laço, enlevo.
Serpente envolvente.
Língua-serpente
desliza em seu corpo
deixando um rastro
de saliva e desejo
em sua barriga
que parece esculpida.
Delícia, lascívia.
No vale da sedução
descubro uma flor
rubra
feita de carne.
Perfume que inebria,
minha mente se esvazia.
Boca, pescoço, vagina.
Doce fruta
que sacia minha sede.
Me prendo nessa delicada rede.
Beijo seu Universo íntimo,
dele desejo explorar cada milímetro.
Calor, sede, língua, saliva.
Libido bebido.
Carne em flor.
Recebe o beija-flor
lenta, suave, profunda e completamente.
Repetidamente.
Carne na carne.
A sua envolvendo a minha
ardentemente.
Forte, teso, rijo, tenso, denso.
Carne!
Sua carne.
Cheiro, saliva, suor, sexo.
Gozo!
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