Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
Essa é uma história
Muito antiga e repetida
De uma verdade escondida
Por quem está no poder
Vira e mexe a gente vê
No jornal e na TV
Uma conversa estranha
Meio difícil de entender
Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
Sempre inventam um inimigo
Para o povo detestar
Para o povo se entreter
Ontem ele foi vermelho
Amanhã vai ser amarelo
Mas se prestar atenção
É muito fácil ver o elo
Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
O inimigo é sempre aquele
Que não concorda com o rei
Ou que questiona a sua lei
O inimigo é sempre aquele
Que pensa e age diferente
E só por isso nem é gente
Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
Num tempo foi a bruxa
Noutro tempo foi o judeu
Na antiga Judéia
O bode foi um Galileu
Mais modernamente
O bode um dia foi o Iraque
Noutro dia foi o Irã
Um dia foi o Bin Laden
Noutro dia foi o Saddan
Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
Hoje o bode brasileiro
Não é o sindicalista
Tampouco é o maconheiro
O bode do momento
Participa do movimento
Das grandes manifestações
É o vândalo, o arruaceiro
O Black block-guerrilheiro
Com o bode expiatório é
assim
Sempre inventam um bode novo
Quando um velho chega ao fim
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