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sexta-feira, 8 de março de 2024

UTILIDADE DA HISTÓRIA

  

    Se eu perguntasse para você para que serve a matemática, a física, a engenharia, provavelmente você arriscaria uma resposta. Mas... se eu perguntasse qual a utilidade da História, o que você responderia? Infelizmente, não tenho acesso à sua resposta, à sua opinião, então, só me resta dizer o que penso sobre esse assunto.

    Acredito que a História tem a capacidade de nos demonstrar que o “presente”, que temos e que vivemos, é o produto, é o resultado de pensamentos alimentados, de decisões tomadas e de ações praticadas por seres humanos como você e eu, em algum momento do “passado”.

    Portanto, se você acha, como eu, que há alguma coisa errada com “presente” e que é preciso dar uma outra feição (mais humana) ao “futuro”, então, devemos unir esforços para construirmos agora, no “presente”, um “futuro” melhor, caso queiramos deixar para a posteridade uma herança diferente da que recebemos de nossos antepassados.

    Posso dizer, para ilustrar o que penso, que vejo a Humanidade como uma motocicleta e a História como seus retrovisores.

    Comparo a Humanidade à motocicleta porque ambas precisam estar equilibradas e ser conduzidas com atenção e cautela, basta um vacilo que a queda é certa, lembrando que toda queda produz um trauma físico ou psicológico. Se tratando de Humanidade, essa queda pode ser uma Guerra ou um Holocausto.

    A História comparo aos retrovisores, pois temos o hábito de considerar que o que ficou para trás é passado, uma vez que o retrovisor é essa ferramenta, essa lente que capta e “traduz” esse passado – assim como a História – e o coloca diante de nossos olhos para que possamos nos conduzir com segurança e sabedoria, quer seja para a direita, para frente, para esquerda ou para trás.

    Essas direções, é importante ressaltar, representam apenas as possíveis e diferente alternativas de decisões que foram, são e serão apresentadas aos condutores da Humanidade, ou seja, nós, seres humanos, durante nosso percurso.

    Tendo em mente as figuras apresentadas (Humanidade-Moto; História-Retrovisor), acredito que durante nossa trajetória há “objetos/eventos” que ultrapassamos e também “objetos/eventos” que nos ultrapassam.

    Além disso, acredito que a História nos capacita a perceber e entender que é mais fácil derrubar um muro (de Berlim) ou pôr a baixo um prédio (WTC) do que “arranhar”, modificar uma mentalidade sedimentada e forjada por uma determinada coletividade, durante séculos.

    Em outras palavras, a História nos mostra que para se dissolver uma mentalidade é preciso muito mais que um século, prova disso são os resquícios que vemos ainda hoje – como os preconceitos raciais – de uma mentalidade produzida e longamente alimentada sobre as bases de uma sociedade escravista. Embora as mentalidades sejam duradouras, isso não significa que sejam eternas, consequentemente, podem ser transformadas.

    Todavia, não podemos negligenciar, no que diz respeito à História, a seguinte advertência impressa em alguns retrovisores: “Cuidado! Os objetos refletidos no espelho estão mais próximos do que parecem” [OBJECTS IN MIRROR ARE CLOSER THAN THEY APPEAR].

    Portanto, assim como toda lente, a História pode ajudar a focalizar um determinado “objeto” ou pode distorcê-lo, isso vai depender da maneira como ela foi construída, produzida. Pois como diz, com razão, uma música do Barão Vermelho: “a lente não mente, mente quem está detrás da lente”.

    Ah!... No mais, a História também serve para nos entreter e distrair...

    Obrigado por chegar até aqui!


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