sexta-feira, 28 de novembro de 2025
INSTANTE
e será num instante
que o intermitente
torna-se constante?
foi num só instante
tantra transcendente
que ela se fez falante
e por esse instante
o meu eu-recipiente
fez-se transbordante
será por um instante
que em mim latente
haja um ser amante?
é num breve instante
que a maré enchente
se inverte em vazante
só naquele instante
me faço dependente
me curvo suplicante
e num curto instante
meu ser tão veemente
quedou-se vacilante
preciso dum instante
corpo e alma e mente
e sou sentir-pensante
por fim, num instante
o seu "sim" tão silente
enfim foi mais tocante
VEM CÁ JU
Ju, vem logo, vem cá,
tô querendo te encontrar
bem amargo é o gosto,
quando você num tá
tô com saudade de você,
vem cá Ju, vem cá já
tô querendo forrozar
vem cá Ju, vem dançar
até o sanfoneiro cansar
tô com vontade de você
vem, tem caju, tem cajá
vou fazer suco procê tomar
com a chuva vem o vento,
vem tu, vem me germinar
vem Ju, tá difícil esperar
quando a terra tá rachada
é de desejo de molhar
vem chuva, vem lavar
minha alma desse mar
vem Ju, vem me regar
como é bom, como é doce
é muito doce te beijar
Ju, vem logo, vem cá,
tô querendo te abraçar
bem amargo é o gosto,
quando você num tá
tô com saudade de você,
vem cá Ju, vem cá já
tô querendo chamegar
do por do sol até o raiar
vem Ju, vem se enroscar
tô com vontade de você
vem cá Ju, vem me saciar
vem logo, vem desaguar
com a chuva vem o vento,
vem tu, vem me levar
vem Ju, não sei esperar
quando a terra tá rachada
é de desejo de molhar
vem chuva, vem lavar
minha alma desse mar
vem ju, vem me regar
como é bom, como é doce
é muito doce te beijar
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
SOL
O Sol seguia feliz o seu destino
E num só momento de desatino
Algum astro, asteroide, planeta
Ou satélite, meteoro ou cometa
Se chocou contra ele; ele se feriu
Ele até chorou, mas ninguém viu
Apesar disso, seguiu seu caminho
Continuou a iluminar com carinho
E a aquecer com muito mais amor
O que era brilho, virou esplendor
Anos, décadas, séculos, milênios
Converteu em hélio, hidrogênios
Continuamente se transformando
Sendo ainda o Sol, mas mudando
E foi então que pela milésima vez
Outro astro cometeu a insensatez
De lhe atingir e machucar de novo
A Terra que até então era um ovo
De repente, começou a germinar
Antes disso, alguém a esbravejar:
“É burrice um caminho percorrer
Sabendo que nele se pode sofrer”
E nisso, o Sol levanta o seu rosto
Afirmando que feliz e com gosto
Vai continuar a iluminar, aquecer
Fecundar, irradiar, fazer florescer
Porque Deus é um grande motor
E o combustível Dele é só o amor
sexta-feira, 8 de março de 2024
SUA COR DE COBRE
sua cor de cobre
cobre meus olhos
de um brilho cobre
sua cor de cobre
descobre ideias
e talvez me cobre
sua cor de cobre
cobre universos
mas não se cobre
sua cor de cobre
cobre um passado
sem valor, de cobre
sua cor de cobre
cobre mil razões
mas não encobre
o meu desejo por
sua cor de cobre
O NOME DELA
UTILIDADE DA HISTÓRIA
Se eu perguntasse para você para que serve a matemática, a física, a engenharia, provavelmente você arriscaria uma resposta. Mas... se eu perguntasse qual a utilidade da História, o que você responderia? Infelizmente, não tenho acesso à sua resposta, à sua opinião, então, só me resta dizer o que penso sobre esse assunto.
Acredito que a História tem a capacidade de nos demonstrar que o “presente”, que temos e que vivemos, é o produto, é o resultado de pensamentos alimentados, de decisões tomadas e de ações praticadas por seres humanos como você e eu, em algum momento do “passado”.
Portanto, se você acha, como eu, que há alguma coisa errada com “presente” e que é preciso dar uma outra feição (mais humana) ao “futuro”, então, devemos unir esforços para construirmos agora, no “presente”, um “futuro” melhor, caso queiramos deixar para a posteridade uma herança diferente da que recebemos de nossos antepassados.
Posso dizer, para ilustrar o que penso, que vejo a Humanidade como uma motocicleta e a História como seus retrovisores.
Comparo a Humanidade à motocicleta porque ambas precisam estar equilibradas e ser conduzidas com atenção e cautela, basta um vacilo que a queda é certa, lembrando que toda queda produz um trauma físico ou psicológico. Se tratando de Humanidade, essa queda pode ser uma Guerra ou um Holocausto.
A História comparo aos retrovisores, pois temos o hábito de considerar que o que ficou para trás é passado, uma vez que o retrovisor é essa ferramenta, essa lente que capta e “traduz” esse passado – assim como a História – e o coloca diante de nossos olhos para que possamos nos conduzir com segurança e sabedoria, quer seja para a direita, para frente, para esquerda ou para trás.
Essas direções, é importante ressaltar, representam apenas as possíveis e diferente alternativas de decisões que foram, são e serão apresentadas aos condutores da Humanidade, ou seja, nós, seres humanos, durante nosso percurso.
Tendo em mente as figuras apresentadas (Humanidade-Moto; História-Retrovisor), acredito que durante nossa trajetória há “objetos/eventos” que ultrapassamos e também “objetos/eventos” que nos ultrapassam.
Além disso, acredito que a História nos capacita a perceber e entender que é mais fácil derrubar um muro (de Berlim) ou pôr a baixo um prédio (WTC) do que “arranhar”, modificar uma mentalidade sedimentada e forjada por uma determinada coletividade, durante séculos.
Em outras palavras, a História nos mostra que para se dissolver uma mentalidade é preciso muito mais que um século, prova disso são os resquícios que vemos ainda hoje – como os preconceitos raciais – de uma mentalidade produzida e longamente alimentada sobre as bases de uma sociedade escravista. Embora as mentalidades sejam duradouras, isso não significa que sejam eternas, consequentemente, podem ser transformadas.
Todavia, não podemos negligenciar, no que diz respeito à História, a seguinte advertência impressa em alguns retrovisores: “Cuidado! Os objetos refletidos no espelho estão mais próximos do que parecem” [OBJECTS IN MIRROR ARE CLOSER THAN THEY APPEAR].
Portanto, assim como toda lente, a História pode ajudar a focalizar um determinado “objeto” ou pode distorcê-lo, isso vai depender da maneira como ela foi construída, produzida. Pois como diz, com razão, uma música do Barão Vermelho: “a lente não mente, mente quem está detrás da lente”.
Ah!... No mais, a História também serve para nos entreter e distrair...
Obrigado por chegar até aqui!
HINO RACIONAL
Viram nos jornais as faces pálidas
De um povo heroico, humilhado, mas relutante.
Enquanto o sol da liberdade, ofuscado,
Brilha no céu da pátria para poucos.
Que horror! Desigualdade!
Conseguiram nos roubar até a sorte,
Em teu seio só pilantragem,
Enganaram, provocaram muitas mortes!
Ó pátria amada,
Abandonada,
Salvem-na! Salvem-na!
Brasil um sonho intenso, um riso cínico,
Sem amor e esperança a terra padece,
Se o teu formoso céu foi risonho e límpido,
Hoje a imagem da tristeza o escurece.
Gigante desarmado, indefeso,
És belo, és pobre, pois fizeram um alvoroço.
E o teu futuro espelha incerteza.
Terra explorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
A mais roubada!
Ingratos filhos desta mãe gentil
Querem acabar
Com o Brasil!
TERÇA ELA VEM
Terça é diferente!
Digo... atraente.
Impaciente,
Eu a espero chegar.
Como que ferida de morte
Vejo a semana arrastar-se
Sangrando os dias
Lentamente
Quarta...
Quinta...
Sexta...
“A Espera”
É uma longa sinfonia
De triste melodia
E pesadas notas musicais:
Agonia e euforia.
Sábado...
Domingo...
Segunda...
Finalmente,
Terça!
Leveza e beleza
São suas notas musicais.
Um perfume invade o ar
Pensamentos que atormentam
Horas que passam lentas
Como se fossem parar
Provam:
O tempo é relativo,
Basta o observar
Na dor e no prazer.
A noite parece longe
Pra quem quer vê-la chegar
Já, a sua doce presença
Mal consigo aproveitar
Pois o tempo cria asas
Que não se pode cortar.
segunda-feira, 4 de março de 2024
DESCONCERTO
Lá vai um ônibus e nesse eu iria
Ele não tá cheio de gente vazia
Os passageiros cantam, cantam
E felizes, de felicidade encantam
Celebram toda liberdade vivida
Não no além, mas agora, na vida
O mundo é pequeno demais
Não em espaço, mas em paz
O mundo é pequeno demais
Buscaram até o fim a verdade
E a buscaram com sinceridade
E a sorveram em um só trago
No Alaska, na beira dum lago
De forma decididamente ativa
E viva, há de haver alternativa
O mundo é pequeno demais
Não em espaço, mas em paz
O mundo é pequeno demais
Mas é preciso tentar enxergar
E não é possível querer negar
Nós estamos muito estragados
Nós humanos, desumanizados
É difícil! É tão difícil entender?
Alguém perde, se você vencer!
O mundo é pequeno demais
Não em espaço, mas em paz
O mundo é pequeno demais
Diante da história, é dever pensar
São dez mil anos no mesmo lugar
Diante da história, uma convicção
Sempre estivemos na contramão
Será que vamos continuar assim?
Sendo bárbaros do início ao fim
O mundo é pequeno demais
Não em espaço, mas em paz
O mundo é pequeno demais
Será que vamos continuar assim?
Torço pra não, mas temo que sim
Sendo contrário a qualquer razão
Procurar inimigo e matar o irmão
Felicidade deve ser compartilhada
É isso ou você não entendeu nada
terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
L.A. WOMAN
Sabe aquela sensação de déjà vu
Sabe aquela impressão de já te vi
De “te conheço, não sei da onde”
E sabe quando a gente acorda
Sabendo que teve um sonho
Um sonho bom, que fez bem
Mas que a gente já não lembra
O que sonhou, nem com quem
Sabe quando alguém diz algo
Que obriga a gente a dizer:
“Era isso que eu ia escrever”
Sabe quando a gente sabe sem
Nem sequer saber o porquê...
É mais ou menos assim que fico
Quando fico pensando em você
DO CERRADO
SOU TUDO QUE HÁ
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
UM RAIO DE SOL
quarta-feira, 21 de setembro de 2022
SEMBLANTES MUTANTES
SEU OLHAR
